segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Clube da Luta, de David Fincher (1999)



Caos, sociedade moderna, padronização, consumo desenfreado. Esses todos são temas discutidos e abordados no filme da figura acima, Clube da Luta, de David Fincher. Entre os socos e os pontapés do filme, se encontram personagens e seres cada vez mais comuns no dia a dia da sociedade moderna, caracterizada principalmente pelo consumo desenfreado.
O filme conta a história de um compulsivo sofredor de insônia, que além de não conseguir dormir á tempos, é escravo do consumismo excessivo como muitos. Jack (nome não revelado, mas suposto) começa a frequentar grupos de auto-ajuda para portadores de câncer e outros males, pois só assim se sente vivo perante a sua vida medíocre e consegue dormir. Mas o que parecia bem se altera com a chegada de uma excêntrica mulher chamada Marla Singer, que mudará sua vida para sempre. Em uma viagem de negócios ele ainda conhece Tyler Durden, um sujeito maluco que tem sua própria maneira de viver, longe do consumismo. Juntos, criam o Clube da Luta, que aos poucos se transforma em um projeto ultra-dimensional e perigoso.

Clube da Luta é um filme seco, rude e principalmente, direto. O personagem insulta o espectador, nos chamando de “bostas” quase a todo o momento, e para termos consciência do real sentido do filme, precisamos nem que seja por um pouco mais de duas horas, entrar nas mentes dos personagens. Jack é um homem comum, da sociedade moderna. Vive uma vida de luxo, roupas e acessórios inúteis que segundo ele "o define como pessoa". A mesmice dessa vida tão vazia levada por ele e por muitos é interrompida e "libertada" com a chegada do personagem mais influente e carismático do filme, um sujeito que cria suas próprias regras e vive de seu próprio jeito.



Tyler, o tal sujeito, é o que no fundo todos nós queremos ser, homens livres da sociedade de consumo, de valores. Tyler não tem casa, não tem carro, não tem nada. Para ele, o que vale é o que "você é" e não que você compra ou veste, isso tudo é inútil. A opressão do cotidiano desses homens é vacinada pelas noites prazerosas (ou não) de socos e pontapés nos clubes clandestinos da cidade. Entre os socos, encontramos um pouco de nós em cada um daqueles homens. David Fincher, inteligentemente expõe clara e explicitamente a filosofia de seu filme, portanto, aconselho que só assista ao filme quem estiver ciente da “sutileza” que irá encontrar durante a projeção.

É claro que Tyler Durden é apenas um personagem e talvez não possam existir sujeitos tão livres e remediados da sociedade de consumo como ele. Mas quem nunca fez a seguinte pergunta a si mesmo, em busca da “liberdade”: O que Tyler Durden faria?

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